segunda-feira, 21 de julho de 2008

Post 2 - Não foi dessa vez.

Ah, no primeiro post esqueci de me apresentar.. Me chamo Antônio, pode não fazer diferença. Começo a lembrar de algumas possibilidades de como púde parar aqui, é isso.
Acho que saí para usar drogas com uns maníacos do bairro seguinte, bebidas, maconha, quem sabe os dois?! Passei uns dias fora, estava entediado e deprimido, mas a expectativa de ganhar um filho não era muito paciente, então eu não estava paciente.
Tenho barba a fazer, no bolso da minha blusa tem um maço com três cigarros. Meu hálito fede, sinto gosto de fígado podre.
Não sei se ainda tenho mulher, se tiver, é lucro.
Levanto do chão e abro um grande bocejo, vasculho os bolsos da calça, R$1,75, que bom, pode ser pouco mas é o suficiente.
Me dirijo à um funcionário que no momento faxinava o corredor, pergunto-lhe que horas são, ele responde:
-10:22

Agradeço e faço mais uma pergunta.
-Ah, valeu, onde que fica o banheiro?
-No fim desse corredor à direita.
-Ali?
-É..
-Valeu denovo.

Chegando lá, levanto a tampa do vaso e espero os dejetos jorrarem pela boca (cito "dejetos" porque pra mim não faz diferença cagar ou vomitar). Caralho, o gosto batida não é muito bom.
Dou descarga naquilo, vou até a pia, lavo o rosto e a pego direção da porta de saída do hospital.

Sento na calçada, no lado de fora da "indústria da cura", penso como cheguei ali.
Eh, acabo de lembrar.
[continua...]

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Um brinde a loucura!